domingo, 7 de junho de 2015

Plano Diretor prevê porto no Estreito e marina na Ilha


Infelizemente, não é o novo Plano Diretor.

Do estudo "Um Plano Modernista para Florianópolis", de autoria das arquitetas e urbanistas Jéssica Pinto de Souza e Maria Inês Sugai, colho que a implantação de um porto era o ponto central da proposta do Plano Diretor de Florianópolis aprovado em 1955. 

No pré-plano os autores fazem uma análise dos problemas da cidade, onde chegam a um diagnóstico de atraso econômico atribuído ao baixo poder aquisitivo da população e à ausência de atividade industrial.

Segundo eles, esse fraco potencial econômico era o motivo da falta de melhoramentos urbanos, principalmente viários e nas atividades portuárias.

Além da pouca profundidade e da falta de investimentos na modernização dessa função, os autores também observam a necessidade de unificação dos diversos trapiches existentes em um único e moderno porto.

A ele era creditada a função de elemento indutor do desenvolvimento urbano e econômico da cidade. 


Em seu entorno, deveriam ser implantadas uma zona comercial e uma zona industrial que posteriormente atrairiam zonas residenciais para o continente. 

O ritmo lento de vida da população no início da década de 50 é atribuído também à natureza das ocupações da população de forma dispersa e pouco densificadas. 

Para eles a dispersão da população era um fator “desfavorável à produtividade do trabalho da comunidade” que tornava os serviços públicos e a infra-estrutura mais onerosa para a cidade.

A constatação da existência de núcleos de habitações de baixa renda nas periferias do centro é por eles explicada como conseqüência do atraso econômico da cidade.  

O porto é proposto na área continental, no Estreito, em um grande aterro com mais de sessenta hectares. Esta localização é justificada pela possibilidade de um aterro oferecer uma grande área plana e pela possibilidade de fácil acesso rodoviário. 

Os autores visavam conciliar sua proposta de cidade moderna com a cidade existente. 

Previam modificações gradativas nas áreas centrais consolidadas e buscavam preservar as características marcantes da cidade, como por exemplo, a secular relação da população com o mar.


Além da proposta do porto para o Estreito, isto fica bem claro com a previsão de grandes parques na orla, junro às cabeceiras da Ponte Hercílio Luz, contemplando inclusive uma grande marina, na parte insular, protegida por molhes formando dársena devidamente abrigada.

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