terça-feira, 2 de junho de 2015

Prefeitura de Florianópolis pode lançar marina ainda este ano


A imagem acima, estampando projeto da Sarau Arquitetura, circula há mais de um ano na internet, gerando polêmica mas também milhares de elogios e apoios.

Trata-se de uma marina conceitual para a Baía Norte, em Florianópolis.

O prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Júnior, incluiu entre as ações prioritárias da segunda metade de seu mandato uma marina pública, com recursos privados, a ser implantada na orla da avenida Beira-mar Norte. 

Ainda sem noticiar o prometido terminal de cruzeiros em Canasvieiras, já é um alento testemunhar a vontade política do nosso alcaide com vistas à referida marina. Com isto, será atendido pleito comunitário, com vistas ao desenvolvimento econômico através do lazer náutico, que remonta a décadas!

Ao dar posse este ano à nova titular da Secretaria Municipal do Turismo- SETUR, Zena Becker, o prefeito exigiu-lhe, diante de todo o trade turístico presente, a implantação "urgente" da aludida marina.

Nos bastidores, corre a notícia de que Procedimento de Manifestação de Interesse - PMI, já estaria sendo elaborado, a toque de caixa, para promover ainda este ano uma chamada pública internacional de investidores. 

É fórmula consagrada mundialmente que venho defendendo aqui no blog há anos, recentemente utilizada pelo município catarinense de Porto Belo com sucesso, recebendo duas propostas de classe mundial. 

A iniciativa do prefeito merece integral apoio e é momento de união, não a deixando contaminar com questões de ordem política ou ideológica.

Hoje, marinas são apontadas, ao lado dos terminais de cruzeiros (promessa anterior realizada em circunstâncias idênticas, mas registre-se, ainda não cumprida pelo prefeito), entre os principais vetores de desenvolvimento no contexto da chamada "economia azul", composta por diferentes setores interdependentes, que se baseiam em competências comuns e infraestruturas partilhadas e dependem de uma utilização sustentável do mar por parte de todos.

Como bem destaca emblemático comunicado da Comissão Europeia ao Parlamento Europeu, a existência de um ambiente saudável é fundamental para qualquer forma de "turismo azul" e favorece o potencial de crescimento de novas formas de turismo. Uma elevada qualidade das águas balneares e a existência de habitats costeiros e marinhos virgens têm grande valor recreativo. Embora muitos turistas não se aventurem além da orla, o número de atividades em mar aberto está a aumentar. 

Prevê-se na Europa, por exemplo, um crescimento da navegação de recreio de 2% a 3% ao ano.
Tinha razão o consultor britânico em desenvolvimento náutico Mike Derrett quando, em evento na capital catarinense, fez a defesa de que as marinas deveriam ser mais acessíveis à população, constituindo-se, ademais, em alternativa para movimentar a economia, gerar muitos empregos (até sete postos de trabalho por embarcação em uma marina) e proporcionar qualidade de vida, lazer e entretenimento para a sociedade. 

Como afirma Klaus Peters, diretor de expansão e novos negócios da BR Marinas, presente ao mesmo evento, as marinas urbanas incorporam o mar à cidade, promovendo a valorização de todo o entorno.

É o que se dá com a marina da Glória no Rio de Janeiro, com a marina Tedesco em Balneário Camboriú, e é o que se dará com a marina municipal de Florianópolis, especialmente se contemplar nova aquavia gastronômica, pequeno porto pesqueiro artesanal com mercado anexo, transporte aquaviário de passageiros, pesca de arremesso e tarrafeio, vagas para turismo náutico e escola de vela com foco em inclusão social. 

Oxalá, um glorioso e extenso espaço público de convivência comunitária e de interação com a Baía Norte!

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